Fala, pessoal! Se você sempre ouviu que o WhatsApp era “terra sagrada” sem anúncios, pode se preparar: a Meta anunciou oficialmente que, ainda em 2025, o app vai começar a exibir propagandas — mas calma, nada de banner pulando no meio do seu chat da família. Bora destrinchar o que muda, por que essa decisão é tão polêmica, e trazer números e bastidores que pouca gente comenta.
Onde os anúncios vão aparecer?
- Os anúncios vão surgir na aba “Atualizações”, onde ficam os Status (aquele Stories do zap) e os Canais. Nada de propaganda invadindo suas conversas privadas, grupos ou ligações.
- Essa aba já é acessada por mais de 1,5 bilhão de pessoas todos os dias — é quase metade da base global, que hoje passa dos 3 bilhões de usuários.
Por que só agora?
- O WhatsApp foi comprado pela Meta (de Mark Zuckerberg) em 2014 por US$ 19 bilhões, mas ficou anos sem publicidade, seguindo a promessa dos fundadores Jan Koum e Brian Acton de que “anúncios não têm vez aqui”.
- O próprio Koum escreveu em 2012: “Quando a publicidade está envolvida, você, o usuário, é o produto”. Mas os dois fundadores saíram da empresa após desentendimentos com o Zuck sobre privacidade e monetização.
- Só que a Meta lucrou mais de US$ 160 bilhões em anúncios em 2024 e, com 3 bilhões de pessoas no WhatsApp, deixar esse “mercado inexplorado” era luxo demais para Zuckerberg.
Como vai funcionar na prática?
- Os anúncios vão aparecer entre os Status e nos Canais, de forma parecida com o que já rola no Instagram e Facebook.
- Você pode ver conteúdos patrocinados, sugestões de canais e até convites para conversar direto com marcas — tudo sem mexer nas suas conversas privadas.
- Além disso, canais poderão cobrar assinaturas para conteúdos exclusivos, e admins vão poder impulsionar seus canais para ganhar mais visibilidade.
Privacidade: o que muda?
- A Meta garante que não vai usar o conteúdo das suas mensagens, chamadas ou grupos para segmentar anúncios — tudo segue criptografado de ponta a ponta.
- A segmentação será feita com base em dados “limitados”: país, cidade, idioma do aparelho, canais que você segue e interação com anúncios.
- Se você conectar sua conta do WhatsApp à Central de Contas da Meta, dados do Facebook e Instagram também podem ser usados para personalizar anúncios.
- Especialistas em privacidade, como a EFF (“Electronic Frontier Foundation”, uma das maiores organizações do mundo na defesa dos direitos digitais) e o grupo noyb (“None of Your Business”, ONG europeia de proteção de dados fundada pelo ativista Max Schrems), já criticaram a mudança, dizendo que a integração de dados entre plataformas pode ser um “pesadelo” para a proteção dos usuários, especialmente na Europa, onde a lei é mais rígida.
Por que a Meta está fazendo isso?
- O WhatsApp sempre foi um “gigante adormecido” para publicidade: 3 bilhões de usuários, sendo que só o Brasil e a Índia concentram centenas de milhões de contas ativas.
- Só em 2025, estima-se que a monetização via anúncios e assinaturas pode render entre US$ 10 e 15 bilhões por ano para a Meta — uma grana comparável ao que o Instagram fatura com Stories e Reels.
- No Brasil, 49% dos usuários dizem não se importar em receber publicidade, desde que tenham dado consentimento (opt-in).
O que muda para você?
- Se você só usa o WhatsApp para conversar, nada muda: chats, grupos e ligações seguem livres de anúncios.
- Se curte ver Status ou acompanha Canais, vai começar a ver conteúdos patrocinados no meio das atualizações.
- Marcas, criadores e empresas vão ter novas formas de ganhar dinheiro e se conectar com o público direto pelo app.
E a treta na Europa?
- Por lá, a legislação é mais dura: o WhatsApp pode ter que adiar ou limitar os anúncios até 2026, por conta das regras de proteção de dados e consentimento explícito.
- Grupos de defesa do consumidor prometem processar a Meta se ela não oferecer escolha real sobre o uso dos dados.
“Quando a publicidade está envolvida, você, o usuário, é o produto.”
— Jan Koum, cofundador do WhatsApp, em 2012.
Resumindo:
O WhatsApp finalmente entrou na era dos anúncios, quebrando uma promessa histórica dos fundadores. A Meta diz que vai respeitar sua privacidade, mas a integração de dados com Facebook e Instagram já acende o alerta de especialistas. Prepare-se para ver publicidade nos Status e Canais — e, claro, para muita discussão sobre até onde vai a linha entre monetizar e invadir a experiência do usuário.
Agora é com você: vai continuar usando o zap do mesmo jeito ou pensa em migrar pra outro app, tipo o Signal? Deixa aí nos comentários!
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Rodrigo Meloque
Especialista em Tecnologia e Segurança Digital
www.meloque.com.br
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